Sou uma carioca que ganhou um mês de assinatura gratuita do Jornal Folha de São Paulo. Hoje acordei um pouco mais cedo do que de costume. Preparo o meu café e pego a Ilustrada para ler. Uma notícia me chama atenção: Secretaria da Cultuta cancela apoio a 4 longas. Não acreditei, achei um verdadeiro absurdo isso acontecer. Segundo a matéria um grupo de cineastas que não foram contemplados com o apoio, protestaram contra a indicação de filmes que aparentemente não tem a ver com a cidade de São Paulo e outros dois longas que teriam contrato de distribuição com um dos membros do júri, diretor de uma distribuidora.
Aos pontos: esses cineastas tem todo o direito de protestarem mas com isso eles acabaram trabalhando contra a cultura. Fazer um filme é muito difícil, envolve muito dinherio. Por isso o governo criou algumas leis de incentivo e existem esses editais. Quando alguns da classe são beneficiados, acho que é motivo de festa e não de protesto. O maior lesado nisso tudo é o espectador, o diretor faz o filme mas no fim o filme é do espectador. Me senti lesada ao ver que projetos interessantes tiveram o apoio cancelado. Projetos como "A Hora e a vez de Augusto Matraga", atente-se para o detalhe, este ano estamos comemorando o centenário de Guimarães Rosa, "Cabeça a Prêmio", baseado no livro de Marçal Aquino e "Eu receberia as piores notícias dos teus lindos lábios" também baseado no romance de mesmo nome do escritor Marçal Aquino e projeto do cineasta Beto Brant.
Os cineastas protestantes pediram a revisão do edital com base no item "1.2 - Somente serão selecionados projetos com vínculos culturais com a cidade de SP" O que se entende por vínculo cutural? No entender desses cineastas este vínculo significa fazer um filme no estado de São Paulo. Ao meu ver e compreensão, vínculo cultural entende-se também: o diretor é paulista e tem um trabalho sólido na cidade, caso de Beto Brant, cineasta com cinco bons longas e paulista nato. Também entendo como vínculo fortíssimo, obra baseada no romance de um autor paulista, ainda mais sendo ele um dos melhores autores do Estado e um dos escritores que mais tem trabalhado na criação de roteiros, caso de Marçal Aquino.
Fiquei muito triste ao ler a matéria. Triste com a reação mesquinha dos protestantes que agiram influenciando que menos um filme seja feito em breve. A ação de protesto ao invés de ter sido de reivindicação, foi uma ação contra a cultura, contra o cinema. E eu enquanto leitora e espectadora me senti lesada, mesmo sabendo que esses filmes receberão outros apoios e por fim chegarão as telas de cinema.
mercredi 2 juillet 2008
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